Problemão

Na escuridão: moradores reclamam da falta de iluminação pública

Em diversos pontos da cidade, luminárias apagadas geram temor por segurança e reclamação pelo pagamento da Cosip

Volmer Perez - DP - O comércio com a luz acesa

Por Lucas Kurz
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* Reportagem atualizada às 11h30min de segunda-feira para retificação de informações quando à durabilidade das luminárias de led e financiamento das trocas de lâmpadas.

Em meio a um período de polêmicas envolvendo o pedido de empréstimo da Prefeitura de Pelotas para substituição da iluminação pública a vapor de sódio por lâmpadas de led, parte da população ainda reclama por estar pagando a Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) ao mesmo tempo em que vivem na escuridão nas suas ruas. Além, é claro, da insegurança. Nesta semana, o Diário Popular circulou por diversas localidades da cidade à noite e deparou-se com quadras sem luminárias funcionando, moradores com mais de uma dezena de pedidos de solução, sem sucesso, e até casos de quem instalou luzes potentes na frente da casa para ter alguma claridade.

Para se ter uma ideia do quanto a falta de iluminação incomoda os pelotenses, até o dia 21 de dezembro havia ocorrido 2.047 pedidos de providência feitos pelos parlamentares na Câmara de Vereadores cobrando troca de lâmpadas e consertos em luminárias.

Na Cohabpel, por exemplo, nenhuma das quatro luminárias está funcionando na quadra da Pinto Martins, entre Osório e Deodoro. Outros pontos, como a Três de Maio, em grande parte das quadras do Porto, tem pelo menos um poste apagado por quadra. Já na Rafael Pinto Bandeira, no trecho entre Gonçalves Chaves e avenida Juscelino Kubitschek, o apagão é quase total: apenas um dos cinco postes, e bem na esquina com a Gonçalves, funciona. Na direção à JK, escuridão total, em um trecho com árvores com bastante galhação.

Neste local, as luzes de um prédio alto e as lâmpadas no pátio de algumas casas ajudam a amenizar a falta de iluminação. Um desses lares é do funcionário público Giovani Lima, 60, que há 25 anos mora no local e garante que nunca viu tamanha escuridão. A luz forte na frente de casa ajuda a dar mais segurança na chegada, já que os diversos protocolos abertos no Departamento de Iluminação Pública (DIP) ainda não foram resolvidos. Nem mesmo a tentativa de contato direto com pessoas do Poder Público funcionou. "A gente liga, fala com conhecidos, tenta, mas nada." Ele diz que já ouviu respostas que vão da falta de lâmpada à falta de servidores.

Escuridão toma conta da Rafael Pinto Bandeira Foto: Volmer Perez - DP


Na Osório, o problema também existe

Uma das poucas ruas de Pelotas já com luminárias de led, a Osório ainda não está 100% iluminada com elas. E, no seu início, há situações até inusitadas. O comerciante Claiton Garcia, 40, colocou uma lâmpada extremamente forte na frente do seu bar. Caso ela seja desligada, o breu é total. Neste trecho, entre Benjamin Constant e Conde de Porto Alegre, apenas dois postes, bem distantes, funcionam.


A uma quadra dali, as luminárias a vapor de sódio funcionam. Isso fez o morador ir conversar com funcionários da Prefeitura que trabalhavam no local. Ouviu que seu problema será resolvido, mas não se sabe quando. E, desde então, ele estima que se passaram cinco meses. "Tá feio. Feio mesmo essa iluminação."


Volmer Perez - DP
O comércio com a luz apagada Foto: Volmer Perez - DP


Mais de uma dezena de pedidos e nada

Uma moradora da rua Senador Carlos Barbosa procurou o DP para contar sua história, pedindo para não ser identificada. Relata que tornou-se um hábito fazer pedidos de troca de luz quando nota a falta. "Se a gente não fizer, fica sempre assim", explica. Foram pelo menos 12 solicitações de setembro até aqui. A reportagem ligou para o DIP, checando o protocolo mais antigo, e a pessoa que atendeu demonstrou surpresa com os três meses de demora. Explicou que a demanda ocorre por bairros (veja abaixo a explicação da Prefeitura).


O que diz a Prefeitura?

"O cronograma é feito por levantamento de pontos apagados no bairro e execução, em paralelo com o atendimento de protocolos mais antigos", explica o titular da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), Fábio Suanes, garantindo que tanto os pedidos de providência feitos pelo Legislativo quanto as solicitações da população são atendidos na mesma proporção.

O secretário diz ainda que as demoras ocorrem por fatores como grande demanda, que depende do clima, ou fatores externos. O cronograma funciona através de levantamento por bairro ou de antiguidade. Atualmente, Pelotas possui cerca de 30 mil luminárias, "A troca é realizada proporcionalmente à arrecadação mensal", explica. Ele diz que a vida útil da luminária de vapor de sódio é de cerca de 40 mil horas, enquanto o sistema de led tem duração média de 20 anos. "Os fatores normalmente geradores [de trocas] são as intempéries, descargas elétricas, vandalismo e queima de algum outro componente do conjunto."


Cosip e a troca por led

Atualmente, apenas 579 luminárias de sódio foram substituídas por led. Segundo o secretário, a intenção é atender todos os bairros, estando trabalhando agora no Balneário dos Prazeres. Ele explica que a troca pelo sistema mais moderno em diferentes regiões da cidade vem sendo executado pela Prefeitura com recursos da Cosip. Além disso, financiamento junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) com valor de R$ 30 milhões, está sendo liberado em etapas para melhorias em grandes avenidas e sendo usado também para a substituição das luminárias nestas vias.


A última liberação, de R$ 12,5 milhões, assinada em novembro dentro de um pacote de requalificação de avenidas, prevê mais 2.154 trocas em diversos pontos da cidade – avenida Duque de Caxias e Praça 20 de Setembro (Fragata), Fernando Osório, Salgado Filho, Zeferino Costa, Leopoldo Brod e Ildefonso Simões Lopes (Três Vendas) e Ferreira Viana e Adolfo Fetter (Areal e Laranjal). Além dessa operação, a Prefeitura aguarda liberação da Câmara para empréstimo de mais R$ 30 milhões para realizar a troca pelas lâmpadas de led em sua totalidade, pagando as prestações do empréstimo com os recursos da Cosip.


Como pedir conserto

> Na Ssui, que fica na avenida Salgado Filho, 808.​

> Por telefone:(53) 99175-5853

> Via ouvidoria do Município no telefone 156.

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